03/04/2018

Acidentes destruíram 44,5% da esquadrilha de xavantes da FAB



A Força Aérea Brasileira (FAB) perdeu quase metade da esquadrilha de xavantes em acidentes ocorridos entre 1973 e 2007. Dos 166 aviões operados pela FAB desde 1971, 74 foram completamente destruídos em colisões contra o solo, o mar ou outras aeronaves — o equivalente a 44,5% do total. Os desastres causaram a morte de pelo menos 27 militares.

Os dados estão disponíveis no site da Aviation Safety Network (ASN), uma rede ligada à Flight Safety Foundation, organização internacional criada em 1947 para fornecer informações de segurança à indústria aeronáutica. Os dados são incluídos no sistema por usuários da ASN.

Com 74 xavantes destruídos, o Brasil é o país que mais perdeu aeronaves desse modelo. Os acidentes atingiram até mesmo os “caçulas” da esquadrilha: dos cinco últimos xavantes produzidos pela Embraer, três sofreram perda total. O 4623 colidiu com outra aeronave em Natal (RN), em 1988. O 4625 caiu em Uberlândia (MG), em 1997. O 4626, que provocou a morte do tenente Alexandro Prado em 2000, foi o penúltimo xavante produzido no país.

O sistema ASN reúne informações sobre acidentes com todos os modelos similares ao xavante, inspirados no original italiano Aermacchi 326. A FAB teve mais aviões destruídos do que outras oito forças aéreas militares, que juntas perderam 57 aeronaves. A Itália fica em segundo lugar, com 30 unidades inutilizadas. Em seguida, surgem África do Sul (9), Austrália (5), Argentina (4), Emirados Árabes (3), Zaire (3), Gana (2) e Camarões (1). (Dante Accioly)

SOBRE A REPORTAGEM

Esta é a segunda matéria da série que O POVO publica sobre o acidente que matou o tenente Alexandro Prado, baseada em documentos sigilosos que a Força Aérea Brasileira tenta manter em segredo há quase 18 anos. Ontem, a matéria mostrou que FAB liberou xavante para voar sem inspeção obrigatória. Na próxima segunda-feira, 9, O POVO retoma a série de reportagem e vai mostrar que a FAB localizou os destroços do xavante que caiu no litoral do Ceará, mas não resgatou a asa que poderia explicar as causas do acidente.


Fonte: O Povo 

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