27/07/2015

VBTP Guarani exportado para o Líbano


Pedro Rocha Franco

As primeiras unidades exportadas do blindado militar Guarani, desenvolvido pela Iveco em parceria com o Exército do Brasil e produzido em Sete Lagoas, devem ser destinadas para o Líbano. Em um contrato firmado com a unidade italiana da fabricante, 10 unidades do veículo serão enviadas para o país do Oriente Médio.

O pacote inclui ainda 70 unidades de outros modelos produzidos na Europa, segundo informações do site especializado no setor Defense News, do conglomerado de mídia norte-americano Gannett Company. Fontes do estado confirmam a informação. A expectativa é entregá-los entre 2016 e 2017. Procurada, a Iveco não se manifestou sobre o assunto até o fechamento da edição.

O contrato, de cerca de 30 milhões de euros, segundo o site, inclui 25 veículos leve multifuncional (LMV, sigla em inglês), conhecido como Lince. O jipe, produzido na fábrica italiana da Iveco, tem tração nas quatro rodas e 195 cavalos de potência. É usado por importantes exércitos europeus, como Reino Unido, Itália e Rússia. O veículo foi testado pelo Exército do Brasil para ser incluído na parceria com a Iveco, mas ainda não há definição. Outros cinco veículos de proteção média (MPV, também em inglês), usados para o transporte de tropas, também fazem parte da encomenda. O veículo pode ser adaptado para ambulância. Soma-se a esses dois 10 unidades do Guarani e outros 40 veículos fornecidos para a polícia libanesa.

O Guarani enquadra-se na classificação de viatura blindada de transporte de pessoa média de rodas (VBTP-MR), com capacidade para 11 pessoas. O aparelho é equipado com sistema anfíbio, e tração 6×6 capaz de alcançar velocidade elevada em terrenos adversos. O poder de fogo da artilharia é variável, podendo ser dotado de um canhão de 30 milímetros ou metralhadoras ponto 50 e 762. O blindado militar, segundo apurou o EM, seria transportado para a Itália para depois ser enviado ao Líbano.

Localizado em região conflituosa, o Líbano faz fronteira com a Síria e com Israel. O país tem recebido armamento financiado por outros países para contribuir no fortalecimento militar. Apoiador do regime sírio de Bashar al-Assad, o reforço militar visa ajudar tropas libanesas a impedir qualquer ofensiva do Estado Islâmico e o braço da Al-Qaeda na Síria, Frente Al-Nusra.



Mercado
 
No lançamento da planta, há dois anos, a direção da Fiat Industrial na América Latina afirmava que havia negociação para um contrato com a Argentina para a venda de 14 unidades do Guarani. A América do Sul era apontada como principal foco de possíveis negócios da empresa.


Outro alvo eram países africanos. A planta da Iveco Veículos de Defesa de Sete Lagoas – a única fora da Europa – foi inaugurada pela subsidiária do grupo Fiat em 2013. O principal contrato da fabricante é com o governo brasileiro. Ao todo, 2.044 viaturas serão entregues para o Exército até 2029, ao custo de R$ 6 bilhões. Neste ano, com o contingenciamento do Orçamentário da União, a Iveco deu férias coletivas para 250 empregados.

A retomada das exportações de veículos militares remete aos contratos bilionários assinados pela Engesa. A empresa vendeu equipamentos para mais de 20 países do Oriente Médio e da África. A dupla Urutu e Cascavel foi bastante procurada. Em nota, o Exército Brasileiro afirma não ser sua atribuição “gerenciar a questão contratual para viabilizar a comercialização do Guarani com outros países”.

Fonte: Estado de Minas

Um comentário:

  1. Já é o começo de um futuro promissor para o veiculo de transporte de tropas Guarani. Em pensar que nós já tivemos o melhor veiculo de combate , o Osório,considerado pela imprensa especializada da época como sendo superior ao tanque M1 Abrams americano. Fabricado pela hoje falida Engesa, a produção do tanque de guerra Osório não foi levada adiante por questões politicas e falta de visão estratégica de nossos governantes da época; uma lástima, já que agora temos que ficar importando tanques de guerra sendo que nosso país possui um corpo de engenheiros capazes de desenvolver um tanque de fabricação nacional não devendo nada aos estrangeiros. Essa falta de visão estratégica de nossos governantes implica em atraso tecnológico e dependência de outros países para fornecimento de armamentos que requerem alta tecnologia. Acorda Brasil !!

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