30/07/2015

Embraer reduz projeção para receita em 2015 e estende cronograma do KC-390



 Por Priscila Jordão e Brad Haynes

SÃO PAULO (Reuters) - A fabricante de aeronaves Embraer revisou para baixo sua previsão para a receita em 2015 nesta quinta-feira e estendeu o cronograma para seu jato de transporte militar KC-390, diante da redução do orçamento do governo federal para o setor em meio ao ajuste fiscal.


A companhia reduziu sua estimativa de receita líquida em 2015 para uma faixa entre 5,8 bilhões e 6,3 bilhões de dólares, ante 6,1 bilhões e 6,6 bilhões de dólares anteriormente, devido a uma redução de 300 milhões de dólares em receitas esperadas no segmento de defesa e segurança.

Segundo a empresa, a desvalorização do real frente o dólar e a diminuição no ritmo de desenvolvimento de determinados contratos de defesa e segurança motivaram a queda na previsão. Assim, a receita de defesa e segurança deve terminar 2015 entre 800 milhões e 950 milhões de dólares, disse a Embraer.

Com isso, a Embraer agora espera as primeiras entregas do cargueiro KC-390 no primeiro semestre de 2018 ante prazo originalmente estabelecido para o segundo semestre de 2016.

Após voo inaugural em fevereiro, a campanha de ensaios em voo do KC-390 agora está prevista para começar no terceiro trimestre de 2015 e deve durar em torno de 18 a 24 meses, recebendo a certificação até o final de 2017, disse a fabricante no balanço do segundo trimestre.

A empresa está trabalhando no cargueiro sob encomenda do governo brasileiro. O avião, o maior já desenvolvido e produzido no Brasil, é resultado de acordo firmado em 2009 com a Força Aérea Brasileira (FAB).

A notícia fazia as ações da companhia recuarem 6,85 por cento às 13h24 na bolsa brasileira, enquanto o Ibovespa recuava 0,94 por cento.

O presidente-executivo da Embraer, Frederico Curado, disse em teleconferência com analistas que os cortes de defesa estão concentrados no KC-390 e na modernização de caças, que terão seu escopo reduzido.

O governo ainda deve cerca de 370 milhões de dólares em recebíveis que a Embraer está trabalhando para obter, disse Curado.

O executivo acrescentou não esperar que as receitas de defesa se recuperem no ano que vem, mas que não vê "novas surpresas" do governo brasileiro afetando seus contratos de defesa no ano que vem. Além disso, afirmou que não deve haver novos cortes da projeção de receita no segmento de defesa da Embraer em 2015.

A Embraer também revisou estimativas para margens consolidadas em 2015, para as quais espera um impacto positivo advindo do câmbio. A estimativa para a margem operacional (Ebit) foi elevada para uma faixa de 8,5 a 9,0 por cento, ante 8,0 a 8,5 por cento, e da margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu para 12,6 a 13,6 por cento, frente a 12,0 a 13,0 por cento anteriormente.

Fonte: Reuters

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